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domingo, 13 de novembro de 2011

O Leão e o Rio


Depois de uma grande enchente, o Leão viu-se cercado por um Rio e ficou sem saber como sair dali.
Nadar não fazia parte da sua natureza, mas só lhe restava duas opções:atravessar o Rio ou morrer.
O Leão rugiu, mergulhou na água, quase se afogou, mas não conseguiu atravessar.
Exausto, deitou-se para descansar. Foi quando se acalmou que o Leão escutou o Rio dizer: 
- Jamais lute com o que não está presente.
Cautelosamente, o Leão olhou em volta e perguntou:
O que não está aqui?
O seu inimigo não está aqui – respondeu o Rio. 
- Assim como você é um Leão, eu sou apenas um Rio.
Ao ouvir isso, o Leão, muito tranquilo, começou a estudar as características  do Rio. Logo identificou um certo ponto em que a correnteza empurrava para a margem e, entrando na água, conseguiu deixar-se levar por ela, flutuando até a margem.
(Hugh Prather – em “Não leve a vida tão a sério“)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

QUANDO UMA ETAPA CHEGA AO FINAL

FERNANDO PESSOA.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? 
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. 
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. 
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. 
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. 
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. 
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". 
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.               

 

domingo, 29 de maio de 2011

Será a ciência inimiga da religião?

http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/05/28/colunas6_0.asp
Paulo Gustavo de Araujo Cunha
Arquiteto-diretor Adjunto Fiepe
pgac@oi.com.br



A evolução de uma sociedade espiritualista predominante na antiguidade para uma mais materialista, suportada a partir do século 19 pelos avanços da ciência, tem despertado polêmicas sobre a religiosidade das pessoas e a própria existência de um ser superior-Deus.

Na realidade, duas correntes predominam, sobretudo na justificativa quanto à criação do Universo e do ser humano. A primeira intitulada de Criacionista atribui ao ente divino-Deus toda essa complexa obra de engenharia, e a outra desenvolvida a partir dos conhecimentos obtidos por Charles Darwin, de que tudo atende à evolução natural dos seres, que se adaptam ao meio ambiente, para sobreviverem.

Enquanto a primeira baseia-se num dogma de fé, inquestionável pela ciência, a segunda baseia-se na observação científica de seres animais e vegetais e na descoberta de fósseis que comprovariam a evolução do ser humano, e agora, pela descoberta do genoma humano–DNA e sua característica de hereditariedade genética, nas pessoas e outros seres.

Alguns pensadores mais exaltados, como o biólogo Richard Dawkins, combatem vigorosamente a crença religiosa e a criação divina da vida, em sua publicação “A ilusão de Deus”, chegando à generalização de que nenhum cientista pode aceitar a religião e de Deus.

Oportuno, relembrar o pensamento do maior cientista do século 20, Albert Einstein, que inicia seu livro O mundo como Eu vejo com a afirmação de que as religiões foram engendradas pelo mistério (do desconhecido) misturado ao temor (das punições), e que a evolução do medo para moral religiosa constituiu um grande passo para a sociedade.

Prossegue com a surpreendente afirmação de que todo cientista tem um sentimento religioso, peculiar, de sua autoria. Continua: não conceber um Deus que influência diretamente ou julga uma criatura, por ele criada. Sua religiosidade consiste na humilde admiração de um espirito superior (? ) que se revela a nós, no pouco que nossa compreensão permite entender a realidade.
Finaliza. O conhecimento da existência de algo que não podemos entender ou explicar.

De manifestações de razão e de beleza somente percebidas por nós, em suas formas mais elementares. Este conhecimento e esta emoção constituem a verdadeira atitude religiosa. Neste sentido, e somente por este, eu sou um homem profundamente religioso.

Justifica-se, assim, que a Ciência e a Religião convergem para identificar a força superior que criou esse complexo Universo e a Vida. Já justificados por leis físicas e químicas, até o Big Bang . E antes do Big Bang? Os crentes afirmam: foi Deus o criador do Big Bang!




domingo, 15 de maio de 2011